Estava dando inicio a mais um procedimento complicado.
Diagnostico?
Tumor no fígado.
Me aproximei do rapaz sedado, silencioso.
A instrumentadora preparava as ferramentas para a cirurgia.
Coloquei minhas luvas. Hora de começar o procedimento.
Respirava com dificuldade através da máscara. Apanhei o bisturi.
Comecei o procedimento. Aproximei o bisturi do seu abdome.
O rapaz gemeu. Como? Ele estava inteiramente inconsciente.
Recuei o bisturi, com medo. Um pequeno volume se acumulava no centro da barriga do rapaz.
Gritei assustado pela enfermeira e disse para chamar por ajuda, algo estava querendo sair do corpo do rapaz.
A enfermeira saiu, me deixando à sós com o rapaz.
Uma lamina perfurou o abdome do rapaz. Era um bisturi. Em seguida vi dedos seguidos por uma palma.
Um homem saia de dentro do rapaz. Outro cirurgião.
Uma mascara de coloração clara tapava a boca do medico.
Ele retirou a mascara. Era o mesmo rapaz. Meu deus.
Ele operando ele mesmo? Como pode ser? Que? Loucura.
Jogou a mascara no chão e disse:
“Fique calmo, doutor. Estou operando. A melhor das operações são aquelas que fazemos em nós mesmos.”
A enfermeira abriu a porta, com força. O rapaz abriu os olhos e se levantou. Sua barriga estava cicatrizada.
“Nossa, doutor. Me sinto bem melhor.”
Que porra acabou de acontecer aqui?
- Lágrimas de Gasolina
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