sexta-feira, 17 de maio de 2013
Errar
O rapaz arrumou o colarinho depois passou a mão pelo corpo, tirando toda impureza do terno.
Seu cabelo era escuro, sua boca estava seca e seus olhos, inquietos. Procurava algo, esta era a unica certeza que podia-se tirar daquela misteriosa figura.
Ele batia o pé com força, ofendendo o solo a cada pisão. A maleta em sua mão, balançava freneticamente de um lado para o outro. Repentinamente, seus bruscos pisares cessaram e seus olhos direcionaram-se para o céu.
A mala se abriu e todo o seu conteúdo se juntara ao vento. O rapaz não esboçou reação. Estava distraído demais. Soltou a maleta e dando dois passos para trás, apontou para cima.
Olhei para cima e vi uma bola incandescente que escorria dos céus em direção á terra.
“Eu não quero morrer.” o rapaz disse.
Outra esfera de fogo adentrava a troposfera.
Me aproximei do rapaz. Pobre homem, deixara o trabalho para conferir um boato da empresa, e quem diria, não?
Ah, se ele soubesse que tudo isso é culpa dele e que se ele não tivesse dado ouvidos aos boatos tudo estaria bem.
Ah, se eles soubessem o quão grande é o poder que eles mesmos têm sobre suas próprias vidas.
Se eles soubessem, mas não sabem.
“Adeus rapaz, espero que os outros não cometam o mesmo erro que você.”
“Como assim, que erro?”
“Exato.”
- Lágrimas de Gasolina
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