A luz piscou, os anjos cantaram no céu. Seu corpo flutuou.
Seus pés desenraizados do solo terreno. Sua alma estava em paz.
Um pequeno anjo o puxou pelas mãos, levando-o ao longínquo por do sol que derretia no horizonte.
O anjo olhou em seus olhos e deu-lhe um beijo amargo.
O pequeno ser alado tomou distancia, fez um gesto de repugnância e cuspiu a brasa que queimava dentro de seu pequeno corpo.
Sua face, antes angelical, apodrecia diante tantos males. Males enformados pela face humana em sua fronte.
O pequeno ser alado soltou suas mãos.
Ele caiu, oh pobre humano. Atravessou o céu e atravessou o solo, atravessou os mares e atravessou o tártaro.
Em pouco tempo alcançou a escuridão, e a paz que antes dominava a sua alma, transformou-se no vazio e na tristeza já conhecida pelos homens.
E toda a sua ciência, toda a sua consagrada bondade, toda sua vida escrita em solo terreno. Todos os males, todos os prós e todos os contras foram abraçados pelo verdadeiro anjo merecedor de tal iguaria.
Lúcifer esticou os braços e o pobre humano caiu sobre eles.
Lúcifer sorriu, o homem estremeceu.
Samael sorriu em concordância.
O homem deixou de existir.
- Lágrimas de Gasolina
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