Os vermes comem o que resta da minha força de vontade e o resto de comida que prende-se por entre meus dentes.
Os ratos roem os estilhaços do meu bom senso e defecam alienação e estupidez.
As baratas marcham entre minhas entranhas apodrecidas devido a claridade exalada pela televisão.
Meus globos deslizam pelas orbitas e atingem o chão, tentando evitar mais alguns segundos de sofrimento.
A luz acende. Minha mãe entra no quarto. Abre a janela.
“Vamos, vá
E saiu.
Apaguei a luz. Fechei a janela.
“Eu não preciso sair. Eu tenho meus
Me sentei e continuei assistindo à televisão.
Meus dedos necrosavam deliciosamente, minhas pernas atrofiavam e meus dentes putrificados, despencavam da minha boca e atingiam o solo seguido por gotas de sangue negras e mal cheirosas.
“É lindo não acha?”
“O que?”
“Não depender de ninguém para se divertir.”
- Lágrimas de Gasolina
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